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Pré-fabricados de Betão – Desafios em Angola

Embora a utilização de elementos pré-fabricados seja uma realidade crescente em muitas obras em Angola, existe ainda um longo caminho a percorrer, para que a construção e o próprio país possam beneficiar destas soluções ao nível do que acontece noutras partes do mundo.

A instabilidade económica dificulta o planeamento e investimento a longo prazo, fazendo com que a indústria pré-fabricadora tenha dificuldade em projetar soluções de elementos pré-fabricados para a construção em Angola.

A diversidade cultural dos diferentes intervenientes nos projetos de construção desenvolvidos em Angola, torna difícil a standardização de soluções, pois os métodos construtivos utilizados em diferentes geografias do globo são diferentes.

Não raras são as situações, em que o projeto é desenvolvido por um gabinete de um país, a empresa de fiscalização é de outro e a empresa de construção é de outra etc.

Tal questão associado ao facto de Angola ainda estar num processo de adoção/desenvolvimento das suas próprias Normas, a indústria pré-fabricadora, mas também os agentes do sector da construção, tenham que ter a capacidade de adaptação ao cumprimento de diferentes tipos de normas a nível mundial, quer sejam Europeias, Americanas ou Brasileiras.

Ora, a esta vertente da questão cultural, alia-se ainda uma outra que é a falta de conhecimento por muitas das micro e pequenas construtoras, dos métodos construtivos que utilizam elementos pré-fabricados, fazendo com que não raros os casos, acabem por construir com métodos construtivos com os quais estão mais confortáveis em detrimento dos que lhe poderiam ser mais económicos e rápidos etc.

A este desconhecimento, alia-se ainda a comparação equivocada de custos entre o sistema pré-fabricado e o convencional de construção in situ, que muitas vezes prejudica a escolha da solução pré-fabricada. Isto porque, em geral procura-se o produto mais barato, em vez do mais econômico do ponto de vista global da obra, pois aspectos como a redução do prazo de execução, a redução da utilização de mão-de-obra, a redução/eliminação de desperdícios e o controlo de qualidade são relegados para segundo plano em detrimento da componente preço.

Por último, destaco ainda as dificuldades associadas à logística, pois embora a solução de elementos pré-fabricados permita a realização de obras onde existe dificuldade de acesso a materiais de construção, dado que os produtos necessários para a execução da obra podem na sua maioria chegar à obra já pré-fabricados, temos por outro lado, a dificuldade induzida pelas estradas que provocam danos nos elementos pré-fabricados durante o seu transporte, assim como dificulta/inviabiliza em diversas situações o transporte para obra de elementos pré-esforçados como a laje alveolar, devido à instabilidade provocada pelo pré-esforço durante o transporte em vias não estáveis.